Luto e dor dominam onda de livros que chegam no rastro dos 500 mil mortos de Covid
Noemi Jaffe e Hugo Gonçalves refletem sobre perda da mãe em obras que falam aos enlutados pela pandemia
por
1
Noemi Jaffe
Depois da perda de um familiar, boa parte das pessoas procura maneiras de abreviar ou de aliviar a dor, na tentativa de passar pelo luto o mais rápido possível. Não é o caso da escritora Noemi Jaffe.
"Não queria elaborar o luto. Não queria permitir que a morte se tornasse memória, porque eu sabia que é inevitável que isso aconteça. Eu ficava escrevendo para manter a dor, não para diminuir a dor", diz ela, justificando por que lança agora um livro sobre os momentos finais de sua mãe, uma sobrevivente de Auschwitz, chamado "Lili". "A aceitação da morte, para mim, significava me separar dela."