Ganso, o engano
Rubens Lemos Filho
rubinholemos@gmail.com
Nunca sejam perdoadas as loucas e passionais incoerências do futebol. E triturados os fracassos de cegueira. Vivia a falar bem e a reclamar do brilhantismo sonolento de Paulo Henrique Ganso, que escolhi anos atrás, último resquício do extinto reinado dos meia-armadores. Ganso vivia a me confirmar e desmentir em deslumbramento fugaz e apatia contumaz. Ele era tudo mentira.
Ganso me ganhou num lance em 2014. Incompleta cena de amor entre ele e a bola reacendeu a esperança teimosa e recorrente cedida aos incorrigíveis. Ganso aplicou um balão de calcanhar no camisa 5 do Bragantino. Uma jogada nascida do ventre do pensamento sábio e imprevisível. É de camisa 5 do Bragantino que está batizado o inútil perseguidor do craque preguiçoso, perdido na selva de orangotangos e maratonistas adorados pelos prancheteiros opacos.