Eliminar ou mitigar? Eis a questão estratégica para derrotar a pandemia
Filipe Froes e Patricia Akester
27 Julho 2021 — 00:03
Michael Poter, Harvard Business School
Decorrido cerca de ano e meio desde a declaração da pandemia assistimos hoje a uma multiplicidade de intervenções públicas, legítimas que são no âmbito de um debate que se quer construtivo, sobre o que fazer e não fazer, como fazer ou como não fazer e, sobretudo, a quem fazer e a quem não fazer: em suma, que estratégia adoptar para derrotar a ameaça viral. No quadro actual de evolução da pandemia só nos parece possível optar por uma de duas estratégias de combate: eliminação ou mitigação dos seus efeitos. Para alguns, escassos, haverá ainda uma terceira e obtusa opção que consiste em negar a existência deste flagelo e actuar como se o mesmo não existisse. Todavia, o conhecimento científico acumulado, o esforço até ora feito para minimizar o seu impacto e o respeito pelas incontáveis vítimas, individuais e colectivas, a par de sentido de responsabilidade, cidadania e lucidez, não permitem que esta opção possa ser equacionada com seriedade.