— Será que um dia vai desabar?
— questiona, meio brincando, de pé sobre um dos muros de tijolos que revestem os canais do bairro de Groenburgwal, um dos mais antigos de Amsterdã, onde mora.
Sem dúvida, a preocupação não é exagero. Amsterdã, com seus belos canais ladeados por construções pitorescas dos séculos XVII e XVIII, considerada uma das maiores atrações turísticas da Europa, está se desintegrando aos poucos.
As crateras já aparecem nas ruas menores, e quase metade de suas 1.700 pontes estão fragilizadas, precisando de reparos, o que obriga os bondinhos a atravessá-las a passo de lesma. Conforme tem início o projeto de reforço dos muros dos canais, a cidade começa a se parecer com um canteiro de obras gigantesco.