A devastação — e o absurdo — da Revolução Russa
PorBrian Patrick Eha*
Carregando...
Ouça este conteúdo
As obras de Sigizmund Krzhizhanovsky, um fabulista russo que escreveu em relativa obscuridade e morreu há setenta anos, tiveram que ser resgatadas do esquecimento. Filosóficas, satíricas, registrando como um sismógrafo o “terremoto” devastador da Revolução Russa, foram escritas em grande parte para e sobre os “eliminados” da sociedade soviética, entre os quais o autor se enumerava. Por três vezes, ele tentou publicar coleções de seus contos idiossincráticos; três vezes os censores o impediram. Uma quarta tentativa foi interrompida pela Segunda Guerra Mundial. Por décadas após sua morte, suas histórias definharam nos arquivos do Estado. Depois da queda da União Soviética, essas estranhas ficções, em sua maioria inéditas, manuscritas, foram retiradas do buraco da memória onde os comunistas as haviam deixado.