Libertação
Rubens Lemos Filho
rubinholemos@gmail.com
É lógico comparar a Série D onde lutam ABC e América a uma prisão moral. Os dois maiores clubes do Rio Grande do Norte nunca deveriam ter caído no lixo da bola brasileira que anda bem murcha e, se caíram, a culpa foi dos seus cartolas. Quem viu, é o meu caso, ABC e América em tardes de jogos mágicos contra os maiores clubes nacionais, jamais se conformará com a quarta e última divisão.
Créditos: Divulgação
Entrei em campo em dezembro de 1977 com o ABC para enfrentar o vice-campeão mundial Cruzeiro pelo Brasileirão. O ABC não pisou o gramado lindo do Castelão(Machadão) com o menor medo. Havia craques e confiança. Logo aos 2 minutos, o ponta-esquerda Noé Macunaíma sofreu pênalti de Nelinho, o melhor lateral-direito do Brasil e titular na Copa da Argentina no ano seguinte.
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Cemitério continental
Rubens Lemos Filho
rubinholemos@gmail.com
O cemitério continental que abriga os revoltados pela derrota para a Argentina estava inaugurado bem antes da perda da sem graça Copa América. Ficou pronto primeiro do que o jamais inaugurado campo santo de Sucupira do Odorico Paraguassu novelesco de Dias Gomes. Faltava ao povo respirar sufocado o mau cheiro do defunto. Glória e desgraça nascem na instalação de cada tijolo. Pedra de construir e trator de eliminar.
Créditos: WERTHER SANTANA
Havia no rosto familiar do poste ou do meio-fio a expressão abismada do patético vexame. Nas pessoas, a tristeza enlutada do surpreendente. Ora, é muito mais fundamental do que cobrar um novo futebol brasileiro, renascido na sua própria natureza de beleza e arte, a sensatez de reconhecer que tudo começou bem antes do jogo contra a Argentina.
Números
Itamar Ciríaco
itamar@tribunadonorte.com.br
Muitos julgamentos são feitos através dos números. Desde cedo aprendemos na escola que temos que buscar a nota 10. Pois bem, os números do técnico Moacir Júnior à frente do ABC são muito bons. Sob o comando de Moacir, o ABC soma dez vitórias, três empates e cinco derrotas. Com um aproveitamento de 61%. Na próxima rodada da Série D, hoje, o Alvinegro encara a equipe do Campinense, fora de casa. E, nesse duelo, se levarmos em consideração os números, a situação não seria tão boa. Segundo dados do site O Gol, foram 29 encontros entre ABC e Campinense. O time potiguar venceu apenas 6 vezes. O adversário ganhou 18 vezes e foram 5 empates. O time abecedista marcou 26 gols e tomou incríveis 50 bolas nas redes. Em 15 jogos atuando em Campina Grande o time do RN venceu apenas duas vezes, tendo sido superado em 11 ocasiões, com dois empates.
Verdadeira vergonha
Rubens Lemos Filho
rubinholemos@gmail.com
Nos 71 anos do trauma-mor do futebol brasileiro, completados agora(16/07), a perda da primeira Copa do Mundo realizada aqui, vale festejar a absolvição tardia dos 11 craques de 1950 e, em especial, do símbolo negro de uma injustiça:
Terminou em 2014 o calvário do goleiro Barbosa, dos seus companheiros e a sensação foi de lavar a alma. Vergonha pode ter quem acreditava no timeco de Felipão, nos seus mercenários, na retranca padronizada, no futebol estabelecido como negócio no seu pior requinte mafioso e cínico.
O que importa para mim é o resgate de Moacir Barbosa, um dos melhores do Brasil em todos os tempos e um dos recorrentes humilhados pelos pulhas insanos por causa da derrota de 16 de julho de 1950, para o Uruguai. E do time de moral destroçada em que ele brilhou e ruiu sem sequer haver falhado.
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